Sempre que há uma restauração ou mover de restauração na Igreja de Jesus Cristo, inicialmente, até por falta de conhecimento, acontecem muitos erros, até que se amadurece o assunto e começam os verdadeiros entendimentos.
Isto ocorreu desde a reforma protestante iniciada por Martinho Lutero, depois com o advento do pentecostalismo, depois com a adoração, depois com guerra espiritual, depois com o mover profético e agora com o mover apostólico.
No mover apostólico, começou-se a falar em paternidade com uma das funções do apóstolo, entre tantas outras, e iniciou-se um processo de redes apostólicas, onde os pastores ou apóstolos, se definiam como filhos espirituais de um determinado apóstolo e este passava a ser sua cobertura espiritual também. Com o desenrolar do tempo, alguns filhos espirituais, por necessidades ministeriais, começaram a buscar métodos de crescimento, ou de outras áreas ministeriais necessárias ao desenvolvimento da Igreja, e passaram a chamar estes parceiros de cobertura, sem muitas vezes deixar o primeiro pai espiritual como sua paternidade, e outros trocando a cobertura e a paternidade ao mesmo tempo.
Preocupado com o assunto em si, e tentando encontrar um caminho correto, principalmente com relação a Rede que coordenamos, Rede da Aliança, iniciamos estudos e pesquisas a respeito do assunto, as quais quero compartilhar abaixo e dar a nossa conclusão.
Primeiro, a leitura de um texto muito conhecido, o filho pródigo, relatado em Lucas 15: 11 a 32.
Os dois filhos moravam na mesma casa e com o mesmo Pai. Esta Casa significa a cobertura que estava sobre eles, e o Pai a sua paternidade.
O filho menor entendeu a paternidade e que ela lhe daria direito a sua herança, e assim pediu a sua herança, mas preferiu sair debaixo da cobertura da casa e ir para outro lugar. Em outras palavras, não aproveitou a vantagem de ter uma cobertura (teto), e deixou esta cobertura, porém, levou o que tinha direito legal, a herança do pai. Levou porque acreditava que era capaz de fazer algo maior e melhor fora desta cobertura. Espiritualmente falando, não soube aproveitar o ministério que como autoridade estava sobre ele.
O filho maior, não aproveitou a paternidade porque não tinha identidade de filho, recebeu a herança, porém, manteve-se na mesma condição porque olhava somente a questão da prosperidade e a necessidade de ter dinheiro, e por esta razão somente ficou debaixo da cobertura. Sua identidade, na verdade, era de servo e não de filho, porque não enxergava seu pai como Pai, e não se via como filho, por esta razão não acreditava que era digno de entrar na festa. Para ele, o bezerro cevado (gordo), era para comer e celebrar entre criados e servos como premio dado por um patrão. A administração da casa, é para ser servos ou mordomos, mas quando se é filho, não administra, mas desfruta da casa.
Quando o filho menor se arrependeu, entendeu claramente que cobertura e paternidade teriam que andar juntos, disse: ?Pequei contra o céus e perante ti? . Necessitava de novo da cobertura da casa e do pai daquela casa, mesmo que fosse recebido novamente como seu criado.
Baseado nesta reflexão, me veio também outra ilustração, muito simples e interessante. Se um filho resolve cursar a faculdade de medicina e decide pela carreira médica, ele sabe que terá que usar a maior parte do seu tempo neste estudo e quando se formar, usará muito mais tempo, no seu trabalho e nas especializações que terá que fazer, cursando especializações, e congressos, para estar sempre atualizado a sua profissão. etc.
Seria uma grande aberração e ou erro grave, se este filho, dissesse ao seu pai biológico, que a partir de agora, por causa da sua profissão, terá que ter um pai da área específica da medicina, quem sabe seu professor, seu mentor, ou seu chefe, e deixar a sua casa paterna.
Em I Coríntios 4: 15 , Paulo escreve : ? Porque ainda que tivésseis dez mil aios em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; porque eu pelo evangelho vos gerei em Jesus Cristo?
Esta palavra aio, vem do grego e significa literalmente : ?Uma pessoa que conduz uma criança?.
Em algumas traduções Bíblicas, no lugar de aio, você encontra a palavra preceptores. Esta palavra significa: , tutor, mentor. É muito usada na área da medicina para identificar a pessoa que é responsável pelos médicos residentes que estão em fase de estágio num hospital.
A conclusão final que chegamos, é que pai, é identificado uma única vez, e passa ser aquele que é a sua cobertura, mas todos os demais que estiverem no seu caminho, para ajudá-lo a crescer, se desenvolver ou treiná-lo, serão mentores, aios, ou preceptores, mas nunca pais, nem cobertura.
Espero estar ajudando, como apóstolo, a colocar fundamentos na Igreja de Jesus Cristo, nesta década tão importante, onde um grande derramar de Deus , do seu poder, do crescimento e expansão da Igreja , virá sobre a Igreja do Senhor Jesus na Terra, em especial sobre o Brasil e América Latina
No amor de Cristo
Jesher, apóstolo